quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Nossa Terra

Os séculos passam. No entanto as palmeiras 
Sobrevivem,
Assim como os sabiás. 
Parecem até ignorar as loucuras e paixões desse povo. 
Não lhes tocaram os rios de sangue e lágrimas 
Ao longo da história. 
Estão todas bem assentadas nesta terra 
Enquanto os sabiás cantam alegres, cheios de esperança. 

A filosofia nos mata,
Assim como as teorias econômicas. 
Nós digladiamos nas ruas da cidade, 
Ameaçamos os campos. 
Blasfemamos contra a terra que nos acolhe, 
A maldizemos como a uma mãe que abandonou 
Sua prole, mas não! 

Apesar dos movimentos humanos, 
Nossa terra continua forte. 
Sustenta as florestas e montanhas 
Corre inabalável no seu seio a água límpida das cachoeiras. 
Passará pelas tempestades 
Do nosso coração bravio 
E nossas torrentes de poder e horror. 

Frederico Ferreira.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Voar

Qual será a certeza do pássaro 
Quando ensaia o primeiro voo de sua 
Vida? 
O que talvez o mova
Entre o abismo desconhecido, a morte 
E o sonho 
Sustentado pelo desejo de liberdade? 
A certeza em suas asas!
Assim sonha a lagarta que 
Ainda não as conhece. 

Ela rasteja e passa lentamente 
Pela vida 
Guardando-se dos acidentes, 
Preservando-se, 
Galgando e amadurecendo no tempo 
O seu destino. 
Empós aguardar o momento oportuno, 
No vir a ser o que se é 
Em sua essência, 
Seu corpo volita. 

Para voar, é preciso ter fé. 

Frederico Ferreira