segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Dissensões Religiosas

Eu gostaria de entender a lógica do silêncio,
De teu silêncio.
Minhas mensagens à ti soam como gritos no deserto,
Como o estalar de ramos de altas árvores
Em plena ventania.
Queira Deus por trás desta imensa muralha,
— Porque palavras são frágeis diante da dureza —
Algo não se perca.
É certo que não sei o que se passa neste coração
— O primeiro a entender e a buscar o outro.
Questiono-me sobre tudo isso.
Quem sabe a solidão
Seja mais leve do que as asas que buscam a liberdade,
A liberdade do voo
A escolher os caminhos.

Não estamos mais em tempos de imposições.
Deixe-me, portanto, respirar o ar rarefeito de minha fé.
Lá não vivem figueiras inúteis,
improdutivas.
Na montanha que eu habito,
o sentido das coisas tem cores,
ritmo, harmonia.
É dos lagos de água límpida que minhas redes
Vêm cheias,
E é deste pão, desta levedura de confiança.
Que minha alma se nutre.

Tudo isso é divino, por certo.
E nada terá sentido se não for vivido e sentido.
Viver é deixar que cada um, livre e liberto
Siga seu caminho,
Na certeza de que acima de nós,
Pai e filho, irmãos em criação,
Está Aquele que, sábio
E misericordioso,
Tudo sabe e tudo vê.

Frederico Ferreira


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