Uma semana depois ainda olhavamos a varanda vazia
Eu travava conversas com a cadela imaginária
Ensaiava carinhos e beijos lançados ao vento
sem resposta.
Um vazio incrível na varanda e no coração.
O telefone toca. O filho atende.
Gritos, alegria - Acharam o cão!
A chegada foi assim:
Portão aberto. Ansiedade.
Todos aguardavam a notícia de que estava bem.
Não apenas estava, como cheia de alegria também.
Ao ver o muro da casa, parecia até que raciocinava.
Se pudesse falar, falava
de tanta felicidade.
Agora está conosco novamente.
Mais adulta, vivida
Sabe valorizar o conforto e a comida
E ao avistar portões abertos e sentir o peso da liberdade
Não se move. Para e até parece que pensa:
"Não quero mais viver esta vida".
Frederico Ferreira - 01/01/2015
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