Eu consigo entender o silêncio dos poetas.
Neste momento, é este silêncio que me fala mais alto.
É fácil perceber a mudez sentida,
A mudez de quem não é compreendido.
Não bastam anseios
Não basta os olhos encherem-se de lágrimas,
A emoção que brota do verso
Que vem destilado do sentimento puro,
Traduzido e minimizado pela palavra.
Os poemas são flores que nascem no deserto.
E que às vezes são notados.
O mundo tem pressa de fazer.
De preencher o tempo fazendo.
Nesta alucinação louca,
Na locomotiva desvairada do progresso,
As flores no deserto passam despercebidas:
Uma mancha vermelha no horizonte.
A flor tem pressa de sentir
Ela é intensa enquanto vive.
Ao seu redor
Tudo é luz, beleza e perfume.
Frederico Ferreira
terça-feira, 29 de agosto de 2017
terça-feira, 22 de agosto de 2017
Vagas tristes
Prestai atenção! Não escutais ainda ao longe o rumor das vagas a bater nos cascos dos negreiros?
Suas espumas rebatem sobre nós como lágrimas tristes.
Os grilhões não existem mais, mas ainda pesam sobre a nossa história.
Os açoites já não ferem a carne, mas estalam como palavras que doem na alma.
Coragem irmãos, coragem!
Lembrai-vos dos vossos antepassados que lutaram pela liberdade a qualquer custo.
E agradecei à ciência que, a despeito de nossa soberba e arrogância,
Nos colocou todos em pé de igualdade.
Não vos enganeis. Não estais sozinhos.
Junto de vós há outros irmãos em humanidade
Que lamentam profundamente o vosso passado de dor e miséria;
Que se envergonham deste vexame histórico,
- A subjugação de um povo por outro -
Da mentira secular da superioridade calcada na visão de superfície,
Quando na essência, somos todos apenas humanos.
O vosso trabalho agora é para o futuro.
Plantai as sementes hoje que florescerão amanhã.
Sede honestos convosco mesmos,
Não vos deixeis iludir pelas quimeras do mundo.
Não será a revolta que vos tirará da marginalidade,
Mas sim o roteiro incólume que,
A despeito de todas as degenerações ao vosso redor,
Provará ser firme o vosso propósito.
Notai: Todas as facilidades, todos os desvios do caminho são armadilhas para fustigar a vossa queda.
Guiai-vos!
Elevai-vos pelos bons exemplos da humanidade.
E que cada um de vós sirva de apoio um para o outro.
Estudai! Mirai mais além.
Deitai as vossas cabeças sobre os livros,
Engrandecei a vossa alma com a luz e o conhecimento.
Sede os melhores que podeis.
Atingi pelo vosso engrandecimento o ápice da montanha,
E guardai o vosso grito jubiloso para o final: Eu venci!
E não pareis mais!... Engajai-vos neste esforço contínuo,
Fazei valer as vossas conquistas como o élan para os mais pusilânimes.
Abraçai-os, apaziguai-os em seus soluços de revolta e tristeza,
E não deixeis que ninguém mais se perca.
E não duvideis: Outros tantos estarão nas coxias acompanhando e ajudando este grande espetáculo social.
Que sejamos, um dia, ditosos!
E possamos todos celebrar a união do povo brasileiro.
Engajemo-nos todos num movimento único de fraternidade,
E que possamos viver em paz na Terra do Cruzeiro.
Seja ela o nosso ideal de vida, igualdade e liberdade.
Frederico Ferreira
Suas espumas rebatem sobre nós como lágrimas tristes.
Os grilhões não existem mais, mas ainda pesam sobre a nossa história.
Os açoites já não ferem a carne, mas estalam como palavras que doem na alma.
Coragem irmãos, coragem!
Lembrai-vos dos vossos antepassados que lutaram pela liberdade a qualquer custo.
E agradecei à ciência que, a despeito de nossa soberba e arrogância,
Nos colocou todos em pé de igualdade.
Não vos enganeis. Não estais sozinhos.
Junto de vós há outros irmãos em humanidade
Que lamentam profundamente o vosso passado de dor e miséria;
Que se envergonham deste vexame histórico,
- A subjugação de um povo por outro -
Da mentira secular da superioridade calcada na visão de superfície,
Quando na essência, somos todos apenas humanos.
O vosso trabalho agora é para o futuro.
Plantai as sementes hoje que florescerão amanhã.
Sede honestos convosco mesmos,
Não vos deixeis iludir pelas quimeras do mundo.
Não será a revolta que vos tirará da marginalidade,
Mas sim o roteiro incólume que,
A despeito de todas as degenerações ao vosso redor,
Provará ser firme o vosso propósito.
Notai: Todas as facilidades, todos os desvios do caminho são armadilhas para fustigar a vossa queda.
Guiai-vos!
Elevai-vos pelos bons exemplos da humanidade.
E que cada um de vós sirva de apoio um para o outro.
Estudai! Mirai mais além.
Deitai as vossas cabeças sobre os livros,
Engrandecei a vossa alma com a luz e o conhecimento.
Sede os melhores que podeis.
Atingi pelo vosso engrandecimento o ápice da montanha,
E guardai o vosso grito jubiloso para o final: Eu venci!
E não pareis mais!... Engajai-vos neste esforço contínuo,
Fazei valer as vossas conquistas como o élan para os mais pusilânimes.
Abraçai-os, apaziguai-os em seus soluços de revolta e tristeza,
E não deixeis que ninguém mais se perca.
E não duvideis: Outros tantos estarão nas coxias acompanhando e ajudando este grande espetáculo social.
Que sejamos, um dia, ditosos!
E possamos todos celebrar a união do povo brasileiro.
Engajemo-nos todos num movimento único de fraternidade,
E que possamos viver em paz na Terra do Cruzeiro.
Seja ela o nosso ideal de vida, igualdade e liberdade.
Frederico Ferreira
segunda-feira, 21 de agosto de 2017
Cores
É nosso corpo ou nossas ações que nos definem?
A destinação de todos os cabelos é o branco.
A pele crestada ao Sol confirma imediatamente a nossa fragilidade,
Enquanto a cova fria reclama igualdade.
Por qual direito ou ideal estamos lutando?
Se todos somos iguais diante da morte,
Porque então não sê-lo em vida?
Para o Mundo, temos todos o mesmo valor.
A única supremacia inquestionável é a paz.
Frederico Ferreira
segunda-feira, 14 de agosto de 2017
Trajetória II
I
Eu caminho
sozinho pelos desertos de minh’alma.
No meio
dele, dunas imensas,
Paixões imensuráveis,
Que se
movimentam à força dos acontecimentos.
Meu deserto
sou eu.
Um livro
marca o roteiro que conduz ao objetivo.
As dunas se
movimentam.
Não obstante, quando olho para trás,
Vejo todos
os meus passos – meu passado!
É ele que me
afasta de meu destino.
II
Eu não posso temer cruzar as minhas vastidões.
Não me pode vencer o cansaço de descortinar-me.
Guardo
comigo histórias dos que já estão adiante na descoberta de si.
Eles me
inspiram e dão-me confiança à cada passo.
III
Oásis, oásis múltiplos!
Ilhas de
esperança e refazimento
desde os confins de minha história.
Deixa-me
refrescar as feridas d’alma em tuas águas claras
Enquanto o
vento brando
Recupera
reminiscências e a
confiança.
Já ouço a voz consoladora do Rabi,
Contemplo a
beleza dourada dos lírios;
Assombra-me
a fé miúda e forte,
Sinto a amizade
e o amor puros.
Ao pé de Ti Mestre,
Tudo é recomeço, esperança
E
continuidade.
Frederico Ferreira
terça-feira, 8 de agosto de 2017
Flor
Não te deixes abater pelas sombras tristes em teu canteiro;
Renova tuas forças e tuas esperanças.
Guarda em ti a tua vida e a tua seiva.
Veste-te delicadamente de tuas pétalas brancas
E aguarda o Sol desabrochar num novo dia.
Oh rosa linda e delicada!
Alimenta-te do orvalho da madrugada
E faz resplandecer,
No núcleo dourado da tua alma,
O teu esplendor.
Frederico Ferreira
Para J.Miranda (prima querida)
Renova tuas forças e tuas esperanças.
Guarda em ti a tua vida e a tua seiva.
Veste-te delicadamente de tuas pétalas brancas
E aguarda o Sol desabrochar num novo dia.
Oh rosa linda e delicada!
Alimenta-te do orvalho da madrugada
E faz resplandecer,
No núcleo dourado da tua alma,
O teu esplendor.
Frederico Ferreira
Para J.Miranda (prima querida)
terça-feira, 1 de agosto de 2017
Tudo passa
Porque certas horas sinto esta dor no peito,
O coração opresso como num abandono?
Eu vejo as paragens do mundo; tudo me extasia.
Não há porque duvidar do amanhã.
Sim. Tudo na vida passa como um capítulo curto,
Uma melodia que acaba.
A impressão fica.
Eu remoo estas impressões, que viram versos.
Tudo é tão sutil e breve que sequer devo ocupar-me de entender.
Estas linhas dão cor à minha vida.
Nelas que meu sonho repousa.
É nos meus versos que eu sou.
A noite passa insone e triste.
Abre-se diante de mim o silêncio e o infinito:
Lápis e papel em branco.
Aqui encontro a minha cura.
Frederico Ferreira
O coração opresso como num abandono?
Eu vejo as paragens do mundo; tudo me extasia.
Não há porque duvidar do amanhã.
Sim. Tudo na vida passa como um capítulo curto,
Uma melodia que acaba.
A impressão fica.
Eu remoo estas impressões, que viram versos.
Tudo é tão sutil e breve que sequer devo ocupar-me de entender.
Estas linhas dão cor à minha vida.
Nelas que meu sonho repousa.
É nos meus versos que eu sou.
A noite passa insone e triste.
Abre-se diante de mim o silêncio e o infinito:
Lápis e papel em branco.
Aqui encontro a minha cura.
Frederico Ferreira
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