Eu consigo entender o silêncio dos poetas.
Neste momento, é este silêncio que me fala mais alto.
É fácil perceber a mudez sentida,
A mudez de quem não é compreendido.
Não bastam anseios
Não basta os olhos encherem-se de lágrimas,
A emoção que brota do verso
Que vem destilado do sentimento puro,
Traduzido e minimizado pela palavra.
Os poemas são flores que nascem no deserto.
E que às vezes são notados.
O mundo tem pressa de fazer.
De preencher o tempo fazendo.
Nesta alucinação louca,
Na locomotiva desvairada do progresso,
As flores no deserto passam despercebidas:
Uma mancha vermelha no horizonte.
A flor tem pressa de sentir
Ela é intensa enquanto vive.
Ao seu redor
Tudo é luz, beleza e perfume.
Frederico Ferreira
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