Porque este fascínio incontrolável por estas
montanhas?
O que teriam elas a dizer-me?
Que mensagem, lembrança secular
Me prende à estas paredes de pedra?
Será a beleza que a Natureza encerra em si,
Formas suntuosas cobertas de exuberância?
Ou será mesmo o próprio mistério da Vida
Com seus picos e vales,
Sombras e luzes que se revelam aos meus olhos?
Guardo dentro de mim as minhas Serras.
Montanhas crivadas de esperança
A refletir luz
Nas sombras de meus pecados.
E fios d’água e cachoeiras
Que se dissolvem em orvalho
E fazem germinar flores de boas ações.
Dentro de mim há dias chuvosos e tristes
E que guardam em si a certeza de que tudo se
transforma.
Há noite, há lua e há beleza.
Pássaros cantam ofertando-me versos bucólicos
E fins de tarde de luz tênue
Que me deixam melancólico.
Oh Montanhas intermináveis!
Oh vastidão coberta de cores, vida e sonho!
O meu ver-te é tudo o que carrego já comigo.
És a força da Terra a apontar para o Infinito.
Frederico Ferreira
Poços de Caldas - 04.11.2017
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