segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Notre-Dame de Paris

Dos símbolos milenares, das formas seculares,
De sinos e criptas e torres e altares
És esplendor vivo. — Criação exuberante!
A apontar para o céu de estrelas cintilante.

És muro de pedra entalhada,
— Trabalho, paixão e dor —
Que do cinzel se fez arte revelada.
Minúcias e complexidades da Alma
A reverenciar o Criador e a Mãe do Salvador.

Vitrais que difundem Luz
Como espectros que nos acompanham.
Que fazem cultivar a Fé
Que brota nos pés da Cruz.

Joelhos que se curvam,
Corações que transbordam
Preces que alcançam as alturas
Como suspiros que sobem ao céu.

São olhares esperançosos
Que refletem a luz das velas.
São corações miúdos, como pequenas capelas
A entoar cânticos ao Senhor.

És a semente da Cidade Luz,
Marco zero da Luminosidade.
Fanal de almas que buscam a Verdade
A tatear, na treva da matéria,
Os passos abençoados de Jesus.


Frederico Ferreira
 

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