sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Olhar de longe

O quanto as pequenas coisas perdem importância
Quando nosso olhar é distante!
No quadro da vida, ao olharmos de perto,
As pinceladas, como atos humanos, refulgem
Na textura das cores,
Na grossura da tinta.
Não há sobra ou luz.
Tons de uma mesma paleta
Desaparecem.
No entanto, a figura está lá,
Inteira.
Uma vida inteira.

De longe, perdem a importância
Os pequenos erros,
Pinceladas em transe na execução de uma obra – Viver!
O fundo dos olhos confunde-se com a pupila brilhante,
Numa mesma janela de luz.
Nota-se o balançar dos ramos no
Murmúrio dos ventos que sopram, indeléveis,
Transformando a paisagem.
Já o brilho dos sorrisos ou
A tristeza do olhar
Desvanecem-se,
Longínquos,
No ponto de fuga que aponta
O infinito.
O tempo infinito.

Frederico Ferreira

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