Navegamos à sós, pequenos barcos levados inocentes pela corrente?
Oh quanta coragem para vencer o infinito!
O mar é a própria metáfora da imensidão do universo.
Sopram os ventos, anunciam-se as tempestades,
Como se estivéssemos prontos a sucumbir a qualquer instante,
Perecíveis que somos.
O Sol nos guia, como a própria força que nos une,
Plantas e homens numa mesma direção: A Luz.
A certeza do êxito, no entanto, não está fora.
Está no barco
Que repousa sobre a água, a enfrenta, transpondo barreiras.
Para ir adiante, o capitão tem que ter confiança em sua embarcação,
Em seu motor que, como o coração em seu peito,
Bombeando sangue e força aos seus braços,
Não pode também parar.
Qual direção a seguir? Qual a rota
Quando não se sabe ao certo onde se vai chegar?
Seguir as estrelas?
Olho para o céu, azul como um manto divino,
Como um convite à paz para os corações cheios de perguntas,
E vazios de respostas.
Volto às correntes,
Aos ventos que sopram, renovando o ar.
Em minha embarcação pulsa a alma imortal, a coragem e a fé,
A vontade de buscar, de atravessar o vazio.
O vazio de respostas que,
Quando a viagem termina, já as temos todas.
Porque viver não é nada além de cruzar o mar desconhecido
Vencendo intempéries,
Suportando tormentas,
Mas com a indelével certeza de novas enseadas,
Praias tranquilas e terra firme
E a certeza do dever cumprido.
Frederico Ferreira
sexta-feira, 30 de novembro de 2018
terça-feira, 13 de novembro de 2018
Vamos falar do Amor!
Vamos falar do Amor!
Da beleza intrínseca da vida,
De beijos de mães e abraços intermináveis de quem
Quer bem.
Sim! Querer bem como a própria vida que
Entre flores e espinhos,
Ondas e calmarias,
Ventos, Sol e tempestade,
Ninhos se escondem
Protegendo filhotes.
Amor,
Ainda que ímpeto de cuidado
Sentimento irracional e instintivo,
É divino, incalculável,
Por vezes, impenetrável.
Em vias de percebê-lo, materializamos o Amor?
O divinizamos?
Quem sabe entre corpos, a duras penas, se revele?
Ou, mesmo, nos umbrais das Capelas!
Não importa! Qual seja,
Falemos do Amor e não da guerra interior.
Falemos de construção,
De edificação de consciências,
Do fortalecimento de laços.
Da busca da harmonia.
Falemos do Amor e seus matizes.
Espetáculo da vida em esplendor.
Que do silêncio que cala,
Do perfume que exala,
A beleza de uma flor,
Tudo se resume à uma mesma expressão:
É hausto divino, palavra pequena e poderosa,
que mesmo duro, às vezes
Como o espinho de uma rosa,
Protege, ensina, recupera.
Voltemos o olhar para a fera, o homem-fera que,
Como todos, caminha para a Luz.
É espinho, cerviz dura que nunca verga,
Que se ama muito e não enxerga
Que amar-se não é satisfazer-se.
É antes reconhecer-se digno de perdão.
Falemos, portanto, do Amor!
Haja mais amor em nossas vidas!
Cuidemos de nós mesmos
Ou de quem está à nossa volta.
Calemos em nós toda a revolta
À vida,
E busquemos mais sentir.
O Amor é semente que se planta
No coração de quem semeia.
É flor que nasce pequena
Depois se agiganta,
Embelezando o porvir.
Frederico Ferreira
sexta-feira, 2 de novembro de 2018
Palavra
A palavra doce transforma.
Funciona como mãos carinhosas que
Revolvem a terra seca,
Cascalhos do coração,
Tristezas petrificadas pela dor.
Nada como fazer correr a água do sentimento
Em nossas raízes.
Alimentar-se do amor que a tudo serve e
Tudo muda
E que nos faz confiar no amanhecer:
Brisa suave de vida e luz,
Portador de esperanças que
Traz renovação.
A palavra doce transforma,
Mais que isso o sorriso e o abraço
Sintonia de almas que se sentem e
Se tocam
E se nutrem e pacificam.
Abrem horizontes.
Fortalecem raízes.
Frederico Ferreira
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