Minha alma é pequena diante do infinito,
Da planície infinita.
Brilham meus olhos no espelho d’água,
Sopra meu fôlego o sopro de vida.
Tudo está aqui para mostrar-me o quanto sou pequeno,
O quanto nada valho.
A criação, na sua ordem, prescinde do homem.
Não é nossa vontade que faz reger a vida,
Ainda que com máquinas, desejo
E força
Mudemos o mundo.
Tudo estará e os rios continuarão
Caudalosos e intensos,
As árvores frondosas e as matas
Densas.
Agora eu quero pertencer a tudo isto.
E deixar minha vida fluir, como num rio.
E deixar a luz refletir sobre mim.
Sou melhor quando meu ânimo não se turva.
Esta corrente me leva ao longe
Como o fulgor de pensamentos elevados.
Já não me pertenço quando me deixo fluir.
Sou força constante a renovar vida e ideias.
Sou criação e ímpeto e
Sedimento e ilha
E folha que
Navega.
Oh Natureza!
Oh! beleza da vida
Revelada por Deus
Para relembrarmos a nossa essência!
Dá-me força para continuar a crescer e
A vencer.
Dá-me tua seiva!
E faz-me transmutar na renovação de tudo o que é nobre.
Na força viva do verso
E na corrente que vence obstáculos e passa
E segue,
Sempre adiante.
Frederico Ferreira
Poconé, MT
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