Da respiração triste, surgem janelas embaçadas.
O reflexo mostra olhares perdidos,
Preocupados.
Crianças brincam desprevenidas,
Desavisadas da tempestade que se aproxima.
O barco adentra o mar profundo
Como o sonho extasiante da adolescência.
Infinita é a vida que se abre no horizonte azul das ondas,
Enquanto o céu tudo cobre com seu manto sagrado de estrelas.
Correntes descendentes,
Arrecifes de ilusão,
Ventos incertos atrapalham sua rota.
Das incertezas do caminho,
O único acalento da alma é que um dia aportará.
Impotente se vê o nauta que procura desesperadamente
O céu azul e o mar tranquilo
Ao longe nas vigias. No horizonte,
O mar encapelado, barco encoberto de espuma
Que tenta seguir seu rumo,
Em direção ao seu porto seguro.
Os olhos são as vigias da Alma
Onde pais, marinheiros castigados pelo tempo,
Pelo rude açoite das ondas,
Procuram conduzir seus filhos
Nas catadupas das paixões bravias.
Não há bussolas possíveis,
Astrolábios a buscar rotas demarcadas pelo êxito.
Tudo se perde no mar profundo do infinito de possibilidades,
Onde a alma, que busca incessantemente seu caminho,
Como ventos libertadores de correntes fugidias,
Traça sua rota.
Sua liberdade é a própria descoberta de ser livre.
Sua rota é o próprio caminho que se descortina diante de si,
No mar infinito. Nesta descoberta,
Tudo é ímpeto, paixão e aprendizado.
O nauta quer salvar sua embarcação.
A única forma possível é o Amor.
Frederico Ferreira
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