É hora de varrer as folhas secas,
De limpar o terreno da Alma,
Fazer a terra do coração respirar.
É hora de podar os arbustos da consciência,
De fazer aparecer as flores miúdas e perfumadas
- que brotaram a duras penas -
Que resistiram fortemente
À aridez do solo inculto.
É hora de regar as plantas como quem
Aguarda o frescor da brisa da primavera.
De deixar cair as gotas da esperança
A umedecer o solo com temperança,
E fazer as cores prevalecerem.
Nada de folhas secas neste jardim!
Nada de monturos do passado,
Folhas perdidas pelos ventos dos acontecimentos,
De bancos sujos que impedem o repouso da alma.
É preciso fazer a terra respirar,
Fazer a luz alcançar a imensidão deste canteiro.
É preciso não ter medo de deitar sobre a relva verde,
E contemplar todos os avanços que já se fez.
De sentir o perfume em si,
Como quem cultiva uma virtude
E faz brotar de si a essência da alma.
Frederico Ferreira
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