Fecho meus olhos.
Quero estar longe destas paredes,
E desta janela medíocre para o mundo:
Da tela plana silenciosa,
Inodora e insensível do computador.
Meus olhos desejam ver Imensidão.
Quero de novo sentir a maresia
Invadindo meu peito.
A areia, na sua rudeza doce,
A envolver os meus pés.
Atrás de mim quero ter a Serra do Mar.
Parede enorme, no entanto, transponível.
Com cores, densidades e bichos e
Cachoeiras de água fria e
Pedras, muitas pedras.
Nada disso, porém, parece tão imenso,
Tão intransponível quanto estas paredes brancas
E esta outra janela do escritório que, todas as manhãs,
Inunda meus olhos com a luz do Sol.
Nesga de luz e pouco de mata de jardim
Como um quadro vivo ao lado.
Frederico Ferreira
Nenhum comentário:
Postar um comentário