Diante de mim, a estrada imensa,
O tempo infinito.
Eu, corredor nas transmigrações, de alma imortal.
Sou eu quem escolhe os caminhos.
Regulo minhas passadas para chegar ao objetivo.
É o ritmo dos sentimentos que imprime a força
— Da vontade e do corpo —
Para traspor os obstáculos.
Não adianta fixar-me na dor,
No arfar de cansaço ou no
Silêncio, neste abandono
De quem se distancia de tudo,
Imerso em pensamentos
A escutar apenas as próprias passadas
E pouco observando ao redor,
Mas com muita atenção em mim mesmo.
Às vezes preciso de música
Para impulsionar-me neste imenso deserto;
Às vezes, simplesmente, a vontade de vencer.
Vencer o corpo e a alma,
Disciplinando-me.
E convertendo vontade em distância,
E superando em mim os obstáculos,
Para cruzar, com êxito,
A linha de chegada.
Frederico Ferreira
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